fbpx

Conheça as principais teses do
livro Além do PT

No último dia 27 de outubro, Fabio Luis Barbosa dos Santos apresentou um resumo de seu ensaio na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, no interior de São Paulo

No último dia 27 de outubro, Fabio Luis Barbosa dos Santos apresentou as principais teses de seu livro Além do PT — A crise da esquerda brasileira em perspectiva latino-americana na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, no interior de São Paulo. Eis uma síntese:

1) O PT é corresponsável pela própria decadência: apassivou os movimentos populares (que, por sua vez, aceitaram submeter-se às benesses da proximidade com o poder) enquanto pactuou com os setores políticos e econômicos (agronegócio, PMDB, mídia) que mais tarde viriam a guindá-lo do poder;

2) O golpe contra Dilma não significa uma mudança no sentido da história brasileira, mas a imposição de um ritmo mais acelerado e truculento em um mesmo sentido, que é conservador: um exemplo disso é que o ministro da Fazenda de Temer foi presidente do Banco Central com Lula.

3) O PT caiu não porque representava um projeto popular para o país, mas porque perdeu sua funcionalidade política às elites: deixou de garantir pequenos ganhos aos mais pobres, freando o descontentamento popular: o PT passou a ser desnecessário para o avanço do neoliberalismo, ao qual jamais se opôs durante os treze anos em que ocupou o Planalto.

4) As gestões petistas não funcionaram como alavanca, mas como freio da chamada “onda progressista” sul-americana: o projeto brasileiro das “campeãs nacionais” e da expansão do capital nacional sobre a região viu no bolivarianismo um concorrente — e não um aliado — para suas pretensões subimperialistas, subordinadas, por sua vez, aos Estados Unidos;

5) De maneira geral, a chamada “onda progressista” sul-americana não questionou o neoliberalismo: quando o fez, como no caso da Venezuela, o fez baseando-se no extractivismo — que historicamente é o maior produtor de dependência e desigualdade em toda a América Latina;

6) A grande lição deixada pelos governos petistas, no Brasil, e pelos governos progressistas, na América do Sul, em perspectiva histórica, é que não é possível implementar mudanças políticas e sociais dentro da ordem.

Conclusão: É preciso “matar” simbolicamente o PT, além de reelaborar um horizonte político baseado no combate à dependência e à desigualdade, ou seja, no combate aos imperativos do crescimento econômico, da superexploração do trabalho e da degradação da natureza, mirando a uma política contra-hegemônica: caso contrário, se estará fazendo nada mais que um reformismo conservador.

Também pode te interessar

Deixe seu comentário